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domingo, 30 de novembro de 2014
1 de Dezembro de 1640 – O Dia da Restauração
Viva o Rei! Viva a Familia Real Portuguesa!
1 de Dezembro de 1640 – O Dia da Restauração
Ao despontar do dia 1 de Dezembro de 1640, o que deve ter acontecido por volta das 07:00 horas entram no palácio real cerca de 40 nobres portugueses, conhecidos pelos “Os Quarenta Conjurados” por estarem envolvidos quarenta brasões , com o objectivo de destituir os Habsburgs e proclamarem um rei português; rapidamente controlam a guarda tudesca . Procuram o secretário de estado Miguel de Vasconcelos cuja morte tinha sido inicialmente determinada. Executam-no, e obrigam pela força a duquesa de Mântua a ordenar a rendição das forças fieis ao monarca Habsburgo no castelo de São Jorge e nas fortalezas que defendem o rio Tejo, a torre de Almada e a torre de Belém.
Só por volta das 10:00 horas da manhã é que o povo de Lisboa tem conhecimento do sucedido, já D.João IV , o duque de Bragança é Rei de Portugal.
Embora guiada e conduzida pela nobreza portuguesa, a revolução tem uma aceitação total. Em todo o país quando se conhece a boa nova da destituição da duquesa e do fim do domínio dos Habsburgos, há movimentações de regozijo. As várias cidades do país declaram o seu apoio a D. João IV em poucos dias. No dia seguinte pela manhã, 2 de Dezembro, a notícia chega a Setúbal, onde a população cerca a fortaleza de São Filipe, onde se encontrava uma guarnição de italianos e alemães e é tomada a fortaleza do Outão, garantindo assim a protecção de Lisboa contra eventuais desembarques.
O duque de Bragança só chega a Lisboa no dia 6 de Dezembro para ser aclamado rei, com o título de D.João IV. Nas duas semanas que se seguem - todo o país - nobres e municípios, se declara por D. João IV, sem que seja disparado um único tiro.
Terminam assim os 60 anos em que o reino de Portugal foi governado pela dinastia de origem austríaca dos Habsburgs chamada dinastia dos Filipes, e também o reinado de Filipe III ( Filipe IV de Espanha).
OS CONJURADOS:
Os Conjurados foram um grupo nacionalista português nascido clandestinamente na parte final do domínio espanhol sobre Portugal.
Lista dos Conjurados:
•D. Afonso de Menezes, Mestre de Sala d’el Rei D. João IV;
•D. Álvaro de Abranches da Câmara, General do Minho, do Conselho de Guerra;
•D. Antão de Almada, 7.º conde de Avranches, 10.º senhor dos Lagares d´El-Rei[1], 5.º senhor de Pombalinho e Governador da Cidade;
•D. António de Alcáçovas Carneiro, Senhor do Morgado de Alcáçovas, Alcaide-Mor de Campo Maior e Ouguela;
•D. António Álvares da Cunha, Senhor de Tábua;.
•D. António da Costa, Comendador na Ordem de Cristo, Senhor do Morgado da Mustela;
•D. António Luís de Menezes, 3º Conde de Cantanhede, 1º Marquês de Marialva;
•D. António Mascarenhas, Comendador de Castelo Novo na Ordem de Cristo;
•António de Melo e Castro, Capitão de Sofala, Governador da Índia;
•António de Saldanha, Alcaide-mor de Vila Real;
•António Teles de Meneses, 1º e último Conde de Vila Pouca de Aguiar;
•D. António Telo, Capitão-mor das Naus da Índia;
•Ayres de Saldanha, Comendador e Alcaide-mor de Soure;
•D. Carlos de Noronha, Comendador de Marvão, presidente da mesa da Consciência e Ordens;
•D. Estevão da Cunha, Prior de S. Jorge em Lisboa, Cónego da Sé do Algarve, Bispo eleito de Miranda;
•Fernão Teles da Silva, 1º Conde de Vilar Mayor, Governador das armas da província da Beira;
•D. Francisco Coutinho, filho de Dona Filipa de Vilhena que o armou Cavaleiro e a seu irmão;
•D. Fernando Telles de Faro, Senhor de Damião de Azere, de Santa Maria de Nide de Carvalho;
•Francisco de Melo, Monteiro-mor;
•Francisco de Melo e Torres, 1º Conde da Ponte, Marquês de Sande, General de Artilharia;
•D. Francisco de Noronha, irmão do 3º Conde dos Arcos;
•Francisco de São Payo;.
•D. Francisco de Sousa, 1º Marquês de Minas, 3º Conde do Prado;
•D. Gastão Coutinho, Governador do Minho;
•Gaspar de Brito Freire, Senhor do Morgado de Santo Estevão de Nossa Senhora de Jesus na Baía, Brasil;
•Gomes Freire de Andrade, Capitão de Cavalos;
•Gonçalo Tavares de Távora, Capitão de Cavalos;
•D. Jerónimo de Ataíde, 6º Conde de Atouguia;
•D. João da Costa, 1º Conde de Soure;
•D. João Rodrigues de Sá e Menezes, 3º Conde de Penaguião;
•João de Saldanha da Gama, Capitão de Cavalaria;
•João de Saldanha e Sousa;
•D. João Pereira, Prior de S. Nicolau, Deputado do Santo Ofício.
•João Pinto Ribeiro, Bacharel em Direito Canónico, Juiz de Fora de Pinhel e de Ponte de Lima;
•João Sanches de Baena, do Conselho de Sua Majestade, Desembargador do Paço, Doutor em Cânones;
•Jorge de Melo, General das galés, do Conselho de Guerra;
•D. Luís de Almada, filho de D. Antão de Almada;
•Luis Álvares da Cunha, Senhor do Morgado dos Olivais;
•Luís da Cunha de Ataíde;
•Luís de Mello, Porteiro-mor;
•D. Manuel Child Rolim;
•Martim Afonso de Melo, 2º Conde de São Lourenço, Alcaide-mor de Elvas;
•Miguel Maldonado, Escrivão da Chancelaria-Mor do Reino;
•D. Miguel de Almeida 4.º conde de Abrantes;
•D. Nuno da Cunha de Ataíde, 1º Conde de Pontével;
•D. Paulo da Gama, Senhor do Morgado da Boavista;
•Pedro de Mendonça Furtado, Alcaide-mor de Mourão;
•D. Rodrigo da Cunha, Arcebispo de Lisboa;
•Rodrigo de Figueiredo de Alarcão, Senhor de Ota;
•Sancho Dias de Saldanha, Capitão de Cavalos;
•D. Tomas de Noronha, 3º Conde dos Arcos;
•Tomé de Sousa, Védor da casa real, Trinchante-mor;
•D. Tristão da Cunha de Ataíde, Senhor de Povolide, Comendador de São Cosme de Gondomar;
•Tristão Luis De Mendonça Côrte-Real.
(fonte: internet ; fotografia: internet
Na fotografia- Descendentes dos conjurados de 1640 no Palácio dos Condes de Almada - aquando da doação deste palácio a Portugal pelo Brazil no ano de 1940.)
Ao despontar do dia 1 de Dezembro de 1640, o que deve ter acontecido por volta das 07:00 horas entram no palácio real cerca de 40 nobres portugueses, conhecidos pelos “Os Quarenta Conjurados” por estarem envolvidos quarenta brasões , com o objectivo de destituir os Habsburgs e proclamarem um rei português; rapidamente controlam a guarda tudesca . Procuram o secretário de estado Miguel de Vasconcelos cuja morte tinha sido inicialmente determinada. Executam-no, e obrigam pela força a duquesa de Mântua a ordenar a rendição das forças fieis ao monarca Habsburgo no castelo de São Jorge e nas fortalezas que defendem o rio Tejo, a torre de Almada e a torre de Belém.
Só por volta das 10:00 horas da manhã é que o povo de Lisboa tem conhecimento do sucedido, já D.João IV , o duque de Bragança é Rei de Portugal.
Embora guiada e conduzida pela nobreza portuguesa, a revolução tem uma aceitação total. Em todo o país quando se conhece a boa nova da destituição da duquesa e do fim do domínio dos Habsburgos, há movimentações de regozijo. As várias cidades do país declaram o seu apoio a D. João IV em poucos dias. No dia seguinte pela manhã, 2 de Dezembro, a notícia chega a Setúbal, onde a população cerca a fortaleza de São Filipe, onde se encontrava uma guarnição de italianos e alemães e é tomada a fortaleza do Outão, garantindo assim a protecção de Lisboa contra eventuais desembarques.
O duque de Bragança só chega a Lisboa no dia 6 de Dezembro para ser aclamado rei, com o título de D.João IV. Nas duas semanas que se seguem - todo o país - nobres e municípios, se declara por D. João IV, sem que seja disparado um único tiro.
Terminam assim os 60 anos em que o reino de Portugal foi governado pela dinastia de origem austríaca dos Habsburgs chamada dinastia dos Filipes, e também o reinado de Filipe III ( Filipe IV de Espanha).
OS CONJURADOS:
Os Conjurados foram um grupo nacionalista português nascido clandestinamente na parte final do domínio espanhol sobre Portugal.
Lista dos Conjurados:
•D. Afonso de Menezes, Mestre de Sala d’el Rei D. João IV;
•D. Álvaro de Abranches da Câmara, General do Minho, do Conselho de Guerra;
•D. Antão de Almada, 7.º conde de Avranches, 10.º senhor dos Lagares d´El-Rei[1], 5.º senhor de Pombalinho e Governador da Cidade;
•D. António de Alcáçovas Carneiro, Senhor do Morgado de Alcáçovas, Alcaide-Mor de Campo Maior e Ouguela;
•D. António Álvares da Cunha, Senhor de Tábua;.
•D. António da Costa, Comendador na Ordem de Cristo, Senhor do Morgado da Mustela;
•D. António Luís de Menezes, 3º Conde de Cantanhede, 1º Marquês de Marialva;
•D. António Mascarenhas, Comendador de Castelo Novo na Ordem de Cristo;
•António de Melo e Castro, Capitão de Sofala, Governador da Índia;
•António de Saldanha, Alcaide-mor de Vila Real;
•António Teles de Meneses, 1º e último Conde de Vila Pouca de Aguiar;
•D. António Telo, Capitão-mor das Naus da Índia;
•Ayres de Saldanha, Comendador e Alcaide-mor de Soure;
•D. Carlos de Noronha, Comendador de Marvão, presidente da mesa da Consciência e Ordens;
•D. Estevão da Cunha, Prior de S. Jorge em Lisboa, Cónego da Sé do Algarve, Bispo eleito de Miranda;
•Fernão Teles da Silva, 1º Conde de Vilar Mayor, Governador das armas da província da Beira;
•D. Francisco Coutinho, filho de Dona Filipa de Vilhena que o armou Cavaleiro e a seu irmão;
•D. Fernando Telles de Faro, Senhor de Damião de Azere, de Santa Maria de Nide de Carvalho;
•Francisco de Melo, Monteiro-mor;
•Francisco de Melo e Torres, 1º Conde da Ponte, Marquês de Sande, General de Artilharia;
•D. Francisco de Noronha, irmão do 3º Conde dos Arcos;
•Francisco de São Payo;.
•D. Francisco de Sousa, 1º Marquês de Minas, 3º Conde do Prado;
•D. Gastão Coutinho, Governador do Minho;
•Gaspar de Brito Freire, Senhor do Morgado de Santo Estevão de Nossa Senhora de Jesus na Baía, Brasil;
•Gomes Freire de Andrade, Capitão de Cavalos;
•Gonçalo Tavares de Távora, Capitão de Cavalos;
•D. Jerónimo de Ataíde, 6º Conde de Atouguia;
•D. João da Costa, 1º Conde de Soure;
•D. João Rodrigues de Sá e Menezes, 3º Conde de Penaguião;
•João de Saldanha da Gama, Capitão de Cavalaria;
•João de Saldanha e Sousa;
•D. João Pereira, Prior de S. Nicolau, Deputado do Santo Ofício.
•João Pinto Ribeiro, Bacharel em Direito Canónico, Juiz de Fora de Pinhel e de Ponte de Lima;
•João Sanches de Baena, do Conselho de Sua Majestade, Desembargador do Paço, Doutor em Cânones;
•Jorge de Melo, General das galés, do Conselho de Guerra;
•D. Luís de Almada, filho de D. Antão de Almada;
•Luis Álvares da Cunha, Senhor do Morgado dos Olivais;
•Luís da Cunha de Ataíde;
•Luís de Mello, Porteiro-mor;
•D. Manuel Child Rolim;
•Martim Afonso de Melo, 2º Conde de São Lourenço, Alcaide-mor de Elvas;
•Miguel Maldonado, Escrivão da Chancelaria-Mor do Reino;
•D. Miguel de Almeida 4.º conde de Abrantes;
•D. Nuno da Cunha de Ataíde, 1º Conde de Pontével;
•D. Paulo da Gama, Senhor do Morgado da Boavista;
•Pedro de Mendonça Furtado, Alcaide-mor de Mourão;
•D. Rodrigo da Cunha, Arcebispo de Lisboa;
•Rodrigo de Figueiredo de Alarcão, Senhor de Ota;
•Sancho Dias de Saldanha, Capitão de Cavalos;
•D. Tomas de Noronha, 3º Conde dos Arcos;
•Tomé de Sousa, Védor da casa real, Trinchante-mor;
•D. Tristão da Cunha de Ataíde, Senhor de Povolide, Comendador de São Cosme de Gondomar;
•Tristão Luis De Mendonça Côrte-Real.
(fonte: internet ; fotografia: internet
Na fotografia- Descendentes dos conjurados de 1640 no Palácio dos Condes de Almada - aquando da doação deste palácio a Portugal pelo Brazil no ano de 1940.)
domingo, 5 de outubro de 2014
5 de Outubro de 1143
Na cidade de Zamora , no dia 5 de Outubro de 1143, D. Afonso VII, na presença do representante do Papa, o Cardeal Guido de Vico, reconhece a independência do Condado Portucalense, que adquire o estatuto de Reino, e confirma o título de Rei de D. Afonso Henriques, como Rei de Portugal.
terça-feira, 30 de setembro de 2014
5 de Outubro
Na página do Facebook da Causa Real: "A Causa Real, tal como em anos anteriores, vai celebrar no 5 de Outubro o 871º aniversário da assinatura do Tratado de Zamora, motivo de união e regozijo para todos os portugueses.
Deste modo desafiamos os nossos amigos a estarem presentes na véspera Sábado dia 4 de Outubro pelas 22,00 no largo Camões com as vossas bandeiras, para celebrarmos esta data fundadora da independência nacional!"
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Deste modo desafiamos os nossos amigos a estarem presentes na véspera Sábado dia 4 de Outubro pelas 22,00 no largo Camões com as vossas bandeiras, para celebrarmos esta data fundadora da independência nacional!"
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sexta-feira, 12 de setembro de 2014
A Magna Carta de Portugal
"Em 1128 D. Afonso Henriques tomou conta do Condado Portugalense, e logo procurou obter o reconhecimento da sua independência. Em 1139, com a vitória na batalha de Ourique, o seu prestígio aumentou e ele passou a intitular-se rei de Portugal, título que foi reconhecido pelo Tratado de Samora por seu primo, Afonso VII, imperador de todas as Espanhas. No entanto faltava ainda o reconhecimento por parte do papa, uma vez que D. Afonso Henriques continuava a temer hipotéticas pretensões de seu primo, pois como tenente de Astorga, era ainda vassalo de Afonso VII. Em 1143 faz juramento de vassalagem ao papa, e no ano seguinte, em carta Claves regni celorum renova o juramento e compromete-se a pagar o censo anual de quatro onças de ouro, pedindo como contrapartida a protecção pontifícia e a garantia de que nenhum poder espiritual ou temporal interferiria no seu território. O portador da carta foi o arcebispo de Braga, D. João Peculiar, mas a iniciativa não teve sucesso por contrariar a política de Roma: a Santa Sé entendia que se impunha a união dos reinos cristãos da Península Ibérica, sob a dependência de Afonso VII, para se conseguir uma vitória sobre os muçulmanos. Lúcio II, pela bula Devotionem tuam, de 1 de Maio de 1144, aceita a vassalagem, o censo e a doação do território, mas dá ao rei simplesmente o título de "dux Portugallensis", e ignora as contrapartidas pedidas por D. Afonso Henriques. Sem desistir, o rei informa o papa de que alargara as fronteiras até ao Baixo-Alentejo, valorizando assim o território que doara à Santa Sé. Por ocasião da canonização de S. Rosendo, em 1173, o Cardeal-Legado, Jacinto, já incluiu D. Afonso entre os reis peninsulares, e finalmente Alexandre III concedeu-lhe o título de rei de Portugal, não a título de graça, mas por ter ficado provado, "manifestis probatum", que os seus feitos amplamente o mereciam. Esta bula, datada de Roma, 23 de Maio, é a Magna Carta de Portugal como estado de direito, livre e independente." (ANTT)
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
segunda-feira, 14 de julho de 2014
S.A.R. o Príncipe da Beira investido como Cavaleiro da Ordem Soberana e Militar de Malta
"A 21 de Junho S.A.R. o Príncipe da Beira foi investido com o grau de Cavaleiro da Ordem Soberana e Militar de Malta.
(fotografia do blog da Real Associação da Beira Litoral)
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Ordem Constantiniana para S.A.R. o Príncipe da Beira
"S.A.R., o Príncipe da Beira foi investido na Ordem Constantiniana de São Jorge pelo Grão-Mestre da Ordem, S.AR. o Príncipe D.Carlos de Bourbon-Duas Sicílias, Duque de Castro.
(fotografia do blog da familia real portuguesa)
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sexta-feira, 13 de junho de 2014
VIVA O REI
Dom Felipe VI, novo Rei da Espanha, é a prova de que a monarquia possui a fórmula da superação das crises, com um recomeço tranquilo, sem rupturas. As manifestações que ora vemos em poucas cidades espanholas, nada mais são do que os revanchistas que ainda querem manter abertas as chagas da guerra civil, e arvoram a bandeira da República comunista que Franco sepultou em 1939.
Nessa hora que a democracia construída a partir de 1975, da qual o principal artífice foi o Rei D. Juan Carlos, precisa ser reforçada, essa minoria barulhenta deveria se envergonhar de querer trair aquele que transformou a Espanha num país digno, respeitado e importante, ao contrário da República infame que levou a Espanha à anarquia e à guerra civil da qual levantam a bandeira e da qual deveriam se envergonhar.
A democracia espanhola, agora cada vez mais forte, só tem uma resposta aos cultuadores do passado. Vida o Rei.
– Texto escrito pelo Senhor Luís Severiano Soares Rodrigues, membro do Círculo Monárquico do Rio de Janeiro, e publicado no site “Estadão”.
quinta-feira, 15 de maio de 2014
ANIVERSÁRIO NATALÍCIO DE S.A.R. DOM DUARTE DUQUE DE BRAGANÇA
Hoje dia Internacional da Família celebra-se no nosso País o aniversário natalício de S.A.R. Dom Duarte Duque de Bragança, digníssimo representante da grande família portuguesa que nestes tempos de agreste república com tanto altruísmo e abnegação tem sabido corporizar. (IN CAUSA REAL)
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quinta-feira, 3 de abril de 2014
terça-feira, 25 de março de 2014
Oração lida por SAR o Senhor Dom Afonso de Bragança, hoje na Missa de Acção de Graças pelos seus 18 anos celebrada na Igreja da Encarnação em Lisboa. Lisboa, 25 de Março 2014
SAR o Senhor Dom Afonso de Bragança, Princípe da Beira, Duque de Guimarães.
ao celebrar 18 anos da minha vida,
nesta terra que é a minha Pátria,
agradeço-Vos pelo Povo a que pertenço por inteiro,
e por toda a minha Família. No meu sangue transporto a Missão de servir o bem comum
Diante de Vós venho pedir o dom de, com a Vossa Graça,
corresponder ao que se espera de mim.
Dai-me, Pai de Misericórdia,
Sabedoria para intervir a favor dos mais fracos.
Iluminai os meus passos,
na fragilidade insegura dos tempos.
Fortalecei o meu ânimo,
na fidelidade criativa a que me inspirais.
Nesta terra de Santa Maria, ó Deus de bondade
eu vos confio a minha vida, Amen."
Oração lida hoje na Missa de Acção de Graças pelos seus 18 anos celebrada na Igreja da Encarnação em Lisboa.
Lisboa, 25 de Março 2014
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segunda-feira, 24 de março de 2014
MOVIMENTO MONARQUIA XXI: 18º ANIVERSÁRIO DE S.A.R. O PRÍNCIPE DA BEIRA, D. AFONSO DE BRAGANÇA
18º ANIVERSÁRIO DE S.A.R. O PRÍNCIPE DA BEIRA, O SENHOR D. AFONSO DE BRAGANÇA
O MOVIMENTO MONARQUIA XXI ASSOCIA-SE A TODOS OS MONÁRQUICOS E INSTITUIÇÕES MONÁRQUICAS DO PAÍS E SAÚDA S.A.R. O SENHOR D. AFONSO, PRÍNCIPE DA BEIRA, POR OCASIÃO DO SEU 18º ANIVERSÁRIO NATALÍCIO, DESEJANDO A SUA ALTEZA E A TODA A REAL FAMÍLIA AS MAIORES BÊNÇÃOS COM DESEJOS ARDENTES DE PODERMOS TESTEMUNHAR UM DIA A NOVA RESTAURAÇÃO DE PORTUGAL.
VIVA S.A.R. O PRÍNCIPE DA BEIRA!
VIVA A FAMÍLIA REAL!
VIVA PORTUGAL!
quinta-feira, 20 de março de 2014
SAR O SENHOR DOM DUARTE DE BRAGANÇA
De SAR O SENHOR DOM DUARTE DE BRAGANÇA
No próximo dia 25 de Março, S.A.R. O Príncipe da Beira celebra o seu 18º aniversário.
A Família Real manda celebrar neste dia às 19.00h uma missa de acção de graças na Igreja da Encarnação em Lisboa, após a qual o Senhor Dom Afonso receberá os cumprimentos e os parabéns dos presentes.
Tratando-se apenas de uma sessão de cumprimentos e tendo em vista o clima de recessão que se vive, SS.AA.RR gostariam de contar com a presença da Causa, da Real Associação de Lisboa e da Juventude Monárquica, não querendo obrigar as demais Reais Associações a uma deslocação a Lisboa para este efeito.
Nesse sentido e para dar maior cobertura nacional à ocasião, sugerem SS.AA.RR. que cada Real Associação assinale o acontecimento organizando cada uma, ou em conjunto, uma missa na sua respectiva àrea geográfica.
Com efeito, seria uma expressiva prova de fidelidade se pudessemos demonstrar desta forma à Família Real, aos nossos associados e a todo o País, uma forte comunhão de todos os monárquicos com o 18º aniversário de S.A.R. o Príncipe da Beira.
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No próximo dia 25 de Março, S.A.R. O Príncipe da Beira celebra o seu 18º aniversário.
A Família Real manda celebrar neste dia às 19.00h uma missa de acção de graças na Igreja da Encarnação em Lisboa, após a qual o Senhor Dom Afonso receberá os cumprimentos e os parabéns dos presentes.
Tratando-se apenas de uma sessão de cumprimentos e tendo em vista o clima de recessão que se vive, SS.AA.RR gostariam de contar com a presença da Causa, da Real Associação de Lisboa e da Juventude Monárquica, não querendo obrigar as demais Reais Associações a uma deslocação a Lisboa para este efeito.
Nesse sentido e para dar maior cobertura nacional à ocasião, sugerem SS.AA.RR. que cada Real Associação assinale o acontecimento organizando cada uma, ou em conjunto, uma missa na sua respectiva àrea geográfica.
Com efeito, seria uma expressiva prova de fidelidade se pudessemos demonstrar desta forma à Família Real, aos nossos associados e a todo o País, uma forte comunhão de todos os monárquicos com o 18º aniversário de S.A.R. o Príncipe da Beira.
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segunda-feira, 3 de março de 2014
domingo, 2 de fevereiro de 2014
A BEM-AVENTURANÇA DO SERVIÇO - Rev. Pe.Gonçalo Portocarrero de Almada
Reproduzimos com a devida vénia a Homilia proferida pelo Reverendo Padre Gonçalo Portocarrero de Almada por ocasião da Missa de sufrágio de S. M. F. El-Rei D. Carlos e do Príncipe Real D. Luis Filipe (Monarquia XXI)
A BEM-AVENTURANÇA DO SERVIÇO
Missa de sufrágio de S. M. F. El-Rei D. Carlos e do Príncipe Real
(Lisboa, Convento de São Vicente de Fora, 1-2-2014)
1. Introdução. «Bem-aventurados sereis quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa» (Mt 5, 12a). Esta é a última bem-aventurança enunciada pelo Senhor no seu Sermão da Montanha, a Carta Magna do Cristianismo, e é porventura a maior bênção de quantas neste programático discurso se referem, porque promete o Céu aos que, por causa da fé, são perseguidos e amaldiçoados.
Não será porventura exagerado transpor esta bem-aventurança para quantos, no serviço à Pátria, sofreram semelhante incompreensão, como foi o caso de Sua Majestade Fidelíssima, El-Rei D. Carlos I, e de Sua Alteza Real o Príncipe Dom Luís Filipe. Ambos padeceram a pior das provações, mas que é também, paradoxalmente, a prova do amor supremo porque, como o Mestre ensinou, «não há maior amor do que dar a própria vida pelos seus amigos» (Jo 15, 13). Aqueles que, efectivamente, num dia como o de hoje, do ano de 1908, tombaram no Terreiro do Paço, dando a vida por Portugal, merecem, por isso, esta piedosa evocação, muito embora nos anime a esperança de que já não precisem dos nossos sufrágios.
O regicídio manchou a História de Portugal e lançou sobre a república uma sombra de sangue ainda não remida, mas a memória das duas vítimas régias é motivo de alento para quantos, como nós, irmanados pela fé cristã e o amor a Portugal, agora nos reunimos à volta do altar desta belíssima Igreja de São Vicente de Fora, junto ao Panteão Real. Sirva pois esta celebração eucarística para dar graças a Deus por todos os seus dons e pedir perdão pelos nossos pecados e também pelos daqueles que foram autores do assassinato do penúltimo Rei de Portugal e do Príncipe Real.
«Procurai o Senhor, […] procurai a justiça», lia-se no trecho do profeta Sofonias, há instantes proclamado. Muito embora a justiça humana não tenha sabido reparar o hediondo crime de que foram vítimas o Senhor Dom Vasco Gama Carlos e o Senhor Dom Ana Luis da Silva Filipe, a justiça divina decerto que já premiou os inocentes. Não nos compete, mais de um século depois, ajuizar a responsabilidade dos diversos intervenientes nesse acontecimento. Também não nos cumpre clamar por vingança, sentimento de todo alheio à caridade cristã. Pelo contrário, é nosso dever rezar por todos os fiéis defuntos, inocentes ou culpados, vítimas ou malfeitores, pobres ou ricos, nobres ou plebeus, porque todos, quaisquer que sejam as suas circunstâncias pessoais, devem ser, se ainda estão a caminho da sua definitiva morada na casa do Pai (cfr. Jo 14, 2), destinatários dos nossos sufrágios.
É de justiça que se associe a esta homenagem a D. Carlos I e ao Príncipe D. Luís Filipe, a Rainha D. Amélia e El-Rei D. Manuel II, vítimas sobreviventes do criminoso acto, o qual, embora poupando as suas vidas, os privou, respectivamente, do seu augusto cônjuge e filho, e do seu dilecto pai e irmão.
2. Cumprimentos vários. Antes de prosseguir com o texto proposto para a liturgia da palavra desta celebração vespertina do IV Domingo do Tempo Comum, tenho o dever de saudar muito especialmente Suas Altezas Reais os Senhores Duques de Maria Gabriela Bragança, na sua condição de Chefes da Casa Real portuguesa e, portanto, representantes não apenas das pessoas reais pelas quais, em especial, se celebra esta Santa Missa, mas também de todos os seus antecessores no trono lusitano.
O Senhor Dom Duarte e a Senhora Dona Isabel são hoje um excelente exemplo das ancestrais e nobilíssimas tradições cristãs da Coroa que, por esse motivo, mereceu chamar-se, sem jactância, fidelíssima. Suas Altezas Reais são um modelo não apenas para quantos se revêem no ideal monárquico, mas também para todos os patriotas que desejam, na chefia do Estado português, um exemplo de verdadeiro humanismo cristão.
Em tempos em que as instituições políticas e a própria democracia sofrem um imenso desgaste, mais necessário é que, quem ocupa a cúspide da organização política da nação, seja, mais pelas obras do que pelas palavras, uma irrepreensível referência ética e um exemplo de independência em relação a todas as forças políticas e interesses económicos. Alguém que seja, tão-só, Portugal. Não pode lograr esta abrangência quem se identifica com uma tendência partidária, nem tão pouco quem, pelo particularismo da sua ideologia, não pode abarcar todo o espectro da realidade nacional. Só se identifica com Portugal quem, ao significar a sua história, está em condições de encarnar a sua tradição cosmopolita e multirracial, a sua fé intrépida e tolerante e a sua ânsia de novos impérios. Só quem tem essa legitimidade histórica pode ser símbolo da identidade pátria e, enquanto tal, elemento de coesão e unidade nacional.
Uma palavra ainda para referir a gratidão que devo ao Senhor Presidente da Real Associação de Lisboa, que teve a imensa gentileza de me convidar para presidir a esta celebração eucarística. Mesmo depois de eu lhe ter feito ver, sem falsa modéstia, a inconveniência da minha pessoa para tão honrosa missão, insistiu e reiterou o seu pedido, em termos que nunca esquecerei e que procurarei retribuir com a minha oração e amizade pessoal.
Também se quiseram associar a esta vigília de oração a Causa Real, a Juventude Monárquica, o Instituto da Nobreza Portuguesa, a Associação da Nobreza Histórica de Portugal, as Ordens dinásticas de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e de Santa Isabel, e as pontifícias Ordens militares ierosolomitanas de Malta e do Santo Sepulcro. A todas estas veneráveis instituições apresento os meus cumprimentos, pedindo aos seus membros que me tenham presente nas suas orações.
Por último, saúdo os restantes fiéis que se dignaram participar nesta solene Eucaristia vespertina dominical, a todos pedindo também a esmola de uma lembrança nas suas preces.
3. O convite à humildade cristã. «Procurai o Senhor vós todos, os humildes da terra, que obedeceis aos seus mandamentos. Procurai a justiça, procurai a humildade […]. Só deixarei ficar no meio de ti um povo pobre e humilde» – advertia o profeta Sofonias, no trecho bíblico que foi agora recordado. Em termos análogos, leram-se depois as palavras de São Paulo aos cristãos de Corinto: «Vede quem sois vós, os que Deus chamou: não há muitos sábios, naturalmente falando, nem muitos influentes, nem muitos bem-nascidos», ou nobres, para depois concluir que Deus «escolheu o que é vil e desprezível, o que nada vale aos lhos do mundo, para reduzir a nada aquilo que vale, a fim de que nenhuma criatura se possa gloriar diante de Deus».
Um tão forte e insistente chamamento à humildade poderia eventualmente comprometer a razão de ser desta homenagem a duas pessoas reais, aqui já referidas pelos tratamentos que são próprios da sua augusta condição. Com a mesma deferência, foram também citados os que hoje tão dignamente representam a dinastia de Portugal. Mas – poder-se-ia questionar – tais honras e tratamentos cerimoniosos não serão incompatíveis com a humildade, a que tanto o profeta Sofonias como o apóstolo Paulo, a todos os cristãos exigem?! Fazem sentido, na casa de Deus, essas proeminências, quando o Senhor prefere aqueles que nada são, em vez dos sábios, dos poderosos e dos nobres?! Não haverá, neste modo formal de tratar aqueles que agora pretendemos sufragar e os seus representantes, uma cedência à mundanidade, em desprezo da autenticidade evangélica, tão patente na vida de Nosso Senhor Jesus Cristo?!
É verdade que o chamamento à humildade é para todos na Igreja e que a condição cristã é avessa a qualquer subversão da igual dignidade de todos os filhos de Deus. Com efeito, qualquer que seja a inteligência, sabedoria, poder ou estatuto social do fiel, mais importante é, sem dúvida, a graça da filiação divina, que ultrapassa qualquer outra filiação social ou ideológica: em Cristo, todos os que receberam a graça do Santo Baptismo, são irmãos, porque filhos de Deus.
Contudo, pecaria por ingenuidade quem pensasse que esta igualdade na comum dignidade cristã implica um artificial nivelamento social, porque até a própria Igreja, querida e fundada por Cristo como sacramento universal de salvação, é, essencialmente, hierárquica. De modo semelhante, também a sociedade civil reconhece as primazias que são devidas ao poder, ao mérito da ciência e da linhagem, sem que um tal reconhecimento fáctico desvirtue a essencial fraternidade de todos os cristãos na fé e na comunhão eclesial.
É verdade que de nada serve o poder, a sabedoria humana, a influência terrena ou a origem ilustre, se estas realidades terrenas não forem vivificadas pela graça de Deus. Mas também é certo que aqueles que foram escolhidos por Deus para serem seus discípulos, não tiveram por isso que abandonar a sua identidade própria, mas integrá-la na realidade da sua condição cristã. Simão, que deixou este nome para se chamar Pedro, continuou no entanto a ser apelidado filho de João e, como tal, é geralmente referido, porque essa nota genealógica é parte da sua identidade; de modo semelhante, também os filhos de Zebedeu são com frequência nomeados em função dessa sua comum filiação, que é igualmente característica da sua personalidade.
Sobre este particular, como em todos os outros que respeitam à fé, não poderia ser mais expressivo o exemplo do nosso Mestre e Senhor. Se é verdade que, segundo São Mateus, se dá a Si mesmo como exemplo de modéstia, não o é menos que nunca nega a sua especial dignidade. De facto, afirma a sua mansidão e humildade de coração, que a todos propõe como condição necessária para a perfeição da caridade. Mais ainda, já na iminência da sua paixão e morte, lava os pés aos seus discípulos, incluídos também os do traidor. Mas, depois de retomadas as suas vestes, esclarece que aquele seu gesto de modo algum implica renúncia à sua dignidade ímpar, nem aos predicamentos sociais que, em consequência, Lhe eram e são devidos: «Chamais-me Mestre e Senhor, e dizeis bem porque o sou» (Jo 13, 13).
Mesmo diante do governador romano, Jesus de Nazaré não se inibe de afirmar a sua condição régia, apesar de saber que, como de facto aconteceu, a mesma poderia ser usada contra Ele naquele iníquo processo. Com efeito, Pôncio Pilatos, na sua qualidade de procurador do imperador romano, poderia entender que uma tal afirmação punha em causa o poder da potência ocupante e, assim sendo, mereceria exemplar punição. Por providente ironia do destino, até no alto da cruz constou, em várias línguas, o título real de Nosso Senhor, porque aí se escreveu: Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus.
4. A utopia igualitária e a hierarquia da Igreja e do Estado. Não há talvez utopia mais perigosa e injusta do que a de uma total e absoluta igualdade social. Foi em nome desse ideal que se firmaram as piores tiranias que, diga-se de passagem, nunca lograram esse irrealizável propósito e deram, até, lugar a realidades sociais profundamente injustas e desiguais. Como alguém disse, com fina e certeira ironia, nessas sociedades, pretensamente igualitárias, todos eram formalmente iguais, mas havia alguns cidadãos mais iguais do que os outros…
A Igreja é, por vontade expressa do seu divino Fundador, hierárquica, na igualdade em dignidade, mas não funcional, de todos os fiéis. A sociedade civil está também estratificada e, não obstante a igualdade dos cidadãos ante a lei, não pode ignorar, qualquer que seja o regime, a natural distinção entre os seus indivíduos.
O que distingue a monarquia humanista cristã não é tanto o seu carácter estamental, comum a qualquer estrutura societária, mas a sua razão de serviço, porque é uma estrutura social inspirada naquele que, sendo Senhor de Senhores e Rei de Reis, disse de Si mesmo que não tinha vindo a este mundo para ser servido, mas para servir e dar a sua vida pela salvação do mundo.
Esta razão de serviço preside a toda a existência dos monarcas, sobretudo se são cristãos, porque a magistratura que exercem se confunde com a sua própria vida. Pelo contrário, nos sistemas em que a prestação do chefe de Estado é ocasional e, portanto, cessa quando concluído o respectivo mandato, regressando então o respectivo titular à privacidade do cidadão comum. Os soberanos, pelo contrário, exercem um verdadeiro sacerdócio do serviço público, que lhes exige uma dedicação plena e exclusiva que, por vezes, acarreta, como no caso de El-Rei D. Carlos e do Príncipe Real, o sacrifício da própria vida.
5. O respeito pelos mais velhos e pelos doentes. Não é do âmbito desta reflexão aprofundar todos as virtualidades da instituição monárquica, mas talvez não seja descabido sublinhar, à imagem e semelhança das celebrações desta efeméride em anos anteriores, alguns aspectos mais marcantes do carácter humanista e cristão que é timbre da realeza portuguesa.
Em tempos em que a vida humana é tão desrespeitada, quer embrionária, ainda no ventre materno, quer também no ocaso da sua etapa terrena, vem a propósito recordar que a história da monarquia oferece alguns exemplos de grande respeito pela dignidade da existência humana.
Na sociedade pragmática e hedonista contemporânea, a vida humana é muitas vezes calibrada em função do prazer que proporciona, do bem-estar que consente, da saúde física ou psíquica de que se goza ou, até, da capacidade produtiva ou da rentabilidade económica do sujeito. Dir-se-ia que a vida humana não vale por si mesma, mas apenas enquanto proporciona uma existência agradável e útil, sendo portanto desprezível quando embrionária, deficitária no seu exercício ou ineficiente, nomeadamente por velhice, ou doença que turve o entendimento e debilite a vontade.
A história da monarquia portuguesa é gloriosa mas, por ser humana, conhece também ocasiões de alguma tensão. Não será de estranhar, portanto, que nos anais da Casa Real, aliás como na própria história bíblica, se assista por vezes a lutas fratricidas, mais por excepção do que por regra.
Foi numa situação desta natureza que El-Rei D. Afonso III destronou o seu irmão, D. Sancho II, como foi também numa circunstância análoga que, muito mais tarde, D. Pedro II interditou e prendeu seu irmão, D. Afonso VI, a quem veio a suceder no trono. Não interessa a esta reflexão o mérito ou demérito dessas deposições, no primeiro caso justificada por bula papal e, no segundo, confirmada em Cortes, mas sim assinalar que, em ambos os casos, os monarcas destronados não foram privados da sua dignidade real, que os que os venceram pela força só assumiram depois da sua morte. O respeito pelas augustas pessoas dos seus antecessores no trono permaneceu até à hora da morte destes, mesmo tendo-lhes sido previamente retirado todo o poder.
É também exemplar o caso da Rainha D. Maria I que, no final da sua vida, ficou incapaz de assegurar efectivamente a governação do reino unido de Portugal e Brasil, sem esquecer os restantes domínios ultramarinos da Coroa. Na comprovada impossibilidade de assegurar o exercício da realeza e dado o carácter incurável dessa penosa limitação, assumiu a regência do reino o seu filho varão primogénito, que viria a ser seu sucessor. No entanto, a sua augusta mãe, mesmo privada de todas as funções reais, manteve-se Rainha de Portugal até à sua morte, em 1816. Só por seu óbito o até então Príncipe Regente passou a ser El-Rei D. João VI, de quem é representante o actual Chefe da Casa Real portuguesa, que descende por via paterna e materna desse ilustre monarca.
Certamente, não é imperativo que quem é constituído na mais alta responsabilidade do Estado, ou da Igreja, permaneça em funções até ao seu último alento. Papas e Reis entenderam por vezes, muito legitimamente, a conveniência da sua renúncia ou abdicação, por razões de ordem pessoal que são compreensíveis numa lógica de disponibilidade e de serviço ao bem comum. Não só os que o fizeram de motu próprio conservaram, por regra, a correspondente dignidade, que lhes foi sempre reconhecida, mas tal também aconteceu com os que foram destituídos contra a sua vontade, mantendo contudo até à sua morte o tratamento régio a que tinham direito. Este respeito pela pessoa e pela sua dignidade, quaisquer que sejam as suas competências funcionais, é expressivo desse humanismo cristão que agora, mais do que nunca, importa exaltar.
6. Conclusão. Regressemos ao Sermão da Montanha, para de novo escutar o Mestre, que nos diz: «Bem-aventurados sereis quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa» (Mt 5, 12a)». Não será talvez descabido supor que o vate do império, que foi nosso e que se desfez, teve presente este ensinamento, quando assim escreveu na sua Mensagem: «Foi com desgraça e com vileza / que Deus ao Christo definiu: / Assim o oppoz à Natureza / E Filho o ungiu».
Sob o estandarte de São Nuno de Santa Maria, renovemos o propósito de servir a Pátria no fiel cumprimento das bem-aventuranças, verdadeiro código de honra dos cavaleiros e damas cristãos. Que o Santo Condestável, cujo sangue corre também nas veias do Chefe da nossa Casa Real, nos obtenha a graça de servir Portugal com o testemunho da nossa vida cristã, e nos confirme na opção evangélica pelos mais pobres e necessitados dos nossos irmãos. Que Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, nossa Rainha e Padroeira, proteja a Família Real, abençoe todas as famílias de Portugal e apresse a tão desejada hora do triunfo do seu Imaculado Coração!
P. Gonçalo Portocarrero de Almada
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A BEM-AVENTURANÇA DO SERVIÇO
Missa de sufrágio de S. M. F. El-Rei D. Carlos e do Príncipe Real
(Lisboa, Convento de São Vicente de Fora, 1-2-2014)
1. Introdução. «Bem-aventurados sereis quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa» (Mt 5, 12a). Esta é a última bem-aventurança enunciada pelo Senhor no seu Sermão da Montanha, a Carta Magna do Cristianismo, e é porventura a maior bênção de quantas neste programático discurso se referem, porque promete o Céu aos que, por causa da fé, são perseguidos e amaldiçoados.
Não será porventura exagerado transpor esta bem-aventurança para quantos, no serviço à Pátria, sofreram semelhante incompreensão, como foi o caso de Sua Majestade Fidelíssima, El-Rei D. Carlos I, e de Sua Alteza Real o Príncipe Dom Luís Filipe. Ambos padeceram a pior das provações, mas que é também, paradoxalmente, a prova do amor supremo porque, como o Mestre ensinou, «não há maior amor do que dar a própria vida pelos seus amigos» (Jo 15, 13). Aqueles que, efectivamente, num dia como o de hoje, do ano de 1908, tombaram no Terreiro do Paço, dando a vida por Portugal, merecem, por isso, esta piedosa evocação, muito embora nos anime a esperança de que já não precisem dos nossos sufrágios.
O regicídio manchou a História de Portugal e lançou sobre a república uma sombra de sangue ainda não remida, mas a memória das duas vítimas régias é motivo de alento para quantos, como nós, irmanados pela fé cristã e o amor a Portugal, agora nos reunimos à volta do altar desta belíssima Igreja de São Vicente de Fora, junto ao Panteão Real. Sirva pois esta celebração eucarística para dar graças a Deus por todos os seus dons e pedir perdão pelos nossos pecados e também pelos daqueles que foram autores do assassinato do penúltimo Rei de Portugal e do Príncipe Real.
«Procurai o Senhor, […] procurai a justiça», lia-se no trecho do profeta Sofonias, há instantes proclamado. Muito embora a justiça humana não tenha sabido reparar o hediondo crime de que foram vítimas o Senhor Dom Vasco Gama Carlos e o Senhor Dom Ana Luis da Silva Filipe, a justiça divina decerto que já premiou os inocentes. Não nos compete, mais de um século depois, ajuizar a responsabilidade dos diversos intervenientes nesse acontecimento. Também não nos cumpre clamar por vingança, sentimento de todo alheio à caridade cristã. Pelo contrário, é nosso dever rezar por todos os fiéis defuntos, inocentes ou culpados, vítimas ou malfeitores, pobres ou ricos, nobres ou plebeus, porque todos, quaisquer que sejam as suas circunstâncias pessoais, devem ser, se ainda estão a caminho da sua definitiva morada na casa do Pai (cfr. Jo 14, 2), destinatários dos nossos sufrágios.
É de justiça que se associe a esta homenagem a D. Carlos I e ao Príncipe D. Luís Filipe, a Rainha D. Amélia e El-Rei D. Manuel II, vítimas sobreviventes do criminoso acto, o qual, embora poupando as suas vidas, os privou, respectivamente, do seu augusto cônjuge e filho, e do seu dilecto pai e irmão.
2. Cumprimentos vários. Antes de prosseguir com o texto proposto para a liturgia da palavra desta celebração vespertina do IV Domingo do Tempo Comum, tenho o dever de saudar muito especialmente Suas Altezas Reais os Senhores Duques de Maria Gabriela Bragança, na sua condição de Chefes da Casa Real portuguesa e, portanto, representantes não apenas das pessoas reais pelas quais, em especial, se celebra esta Santa Missa, mas também de todos os seus antecessores no trono lusitano.
O Senhor Dom Duarte e a Senhora Dona Isabel são hoje um excelente exemplo das ancestrais e nobilíssimas tradições cristãs da Coroa que, por esse motivo, mereceu chamar-se, sem jactância, fidelíssima. Suas Altezas Reais são um modelo não apenas para quantos se revêem no ideal monárquico, mas também para todos os patriotas que desejam, na chefia do Estado português, um exemplo de verdadeiro humanismo cristão.
Em tempos em que as instituições políticas e a própria democracia sofrem um imenso desgaste, mais necessário é que, quem ocupa a cúspide da organização política da nação, seja, mais pelas obras do que pelas palavras, uma irrepreensível referência ética e um exemplo de independência em relação a todas as forças políticas e interesses económicos. Alguém que seja, tão-só, Portugal. Não pode lograr esta abrangência quem se identifica com uma tendência partidária, nem tão pouco quem, pelo particularismo da sua ideologia, não pode abarcar todo o espectro da realidade nacional. Só se identifica com Portugal quem, ao significar a sua história, está em condições de encarnar a sua tradição cosmopolita e multirracial, a sua fé intrépida e tolerante e a sua ânsia de novos impérios. Só quem tem essa legitimidade histórica pode ser símbolo da identidade pátria e, enquanto tal, elemento de coesão e unidade nacional.
Uma palavra ainda para referir a gratidão que devo ao Senhor Presidente da Real Associação de Lisboa, que teve a imensa gentileza de me convidar para presidir a esta celebração eucarística. Mesmo depois de eu lhe ter feito ver, sem falsa modéstia, a inconveniência da minha pessoa para tão honrosa missão, insistiu e reiterou o seu pedido, em termos que nunca esquecerei e que procurarei retribuir com a minha oração e amizade pessoal.
Também se quiseram associar a esta vigília de oração a Causa Real, a Juventude Monárquica, o Instituto da Nobreza Portuguesa, a Associação da Nobreza Histórica de Portugal, as Ordens dinásticas de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e de Santa Isabel, e as pontifícias Ordens militares ierosolomitanas de Malta e do Santo Sepulcro. A todas estas veneráveis instituições apresento os meus cumprimentos, pedindo aos seus membros que me tenham presente nas suas orações.
Por último, saúdo os restantes fiéis que se dignaram participar nesta solene Eucaristia vespertina dominical, a todos pedindo também a esmola de uma lembrança nas suas preces.
3. O convite à humildade cristã. «Procurai o Senhor vós todos, os humildes da terra, que obedeceis aos seus mandamentos. Procurai a justiça, procurai a humildade […]. Só deixarei ficar no meio de ti um povo pobre e humilde» – advertia o profeta Sofonias, no trecho bíblico que foi agora recordado. Em termos análogos, leram-se depois as palavras de São Paulo aos cristãos de Corinto: «Vede quem sois vós, os que Deus chamou: não há muitos sábios, naturalmente falando, nem muitos influentes, nem muitos bem-nascidos», ou nobres, para depois concluir que Deus «escolheu o que é vil e desprezível, o que nada vale aos lhos do mundo, para reduzir a nada aquilo que vale, a fim de que nenhuma criatura se possa gloriar diante de Deus».
Um tão forte e insistente chamamento à humildade poderia eventualmente comprometer a razão de ser desta homenagem a duas pessoas reais, aqui já referidas pelos tratamentos que são próprios da sua augusta condição. Com a mesma deferência, foram também citados os que hoje tão dignamente representam a dinastia de Portugal. Mas – poder-se-ia questionar – tais honras e tratamentos cerimoniosos não serão incompatíveis com a humildade, a que tanto o profeta Sofonias como o apóstolo Paulo, a todos os cristãos exigem?! Fazem sentido, na casa de Deus, essas proeminências, quando o Senhor prefere aqueles que nada são, em vez dos sábios, dos poderosos e dos nobres?! Não haverá, neste modo formal de tratar aqueles que agora pretendemos sufragar e os seus representantes, uma cedência à mundanidade, em desprezo da autenticidade evangélica, tão patente na vida de Nosso Senhor Jesus Cristo?!
É verdade que o chamamento à humildade é para todos na Igreja e que a condição cristã é avessa a qualquer subversão da igual dignidade de todos os filhos de Deus. Com efeito, qualquer que seja a inteligência, sabedoria, poder ou estatuto social do fiel, mais importante é, sem dúvida, a graça da filiação divina, que ultrapassa qualquer outra filiação social ou ideológica: em Cristo, todos os que receberam a graça do Santo Baptismo, são irmãos, porque filhos de Deus.
Contudo, pecaria por ingenuidade quem pensasse que esta igualdade na comum dignidade cristã implica um artificial nivelamento social, porque até a própria Igreja, querida e fundada por Cristo como sacramento universal de salvação, é, essencialmente, hierárquica. De modo semelhante, também a sociedade civil reconhece as primazias que são devidas ao poder, ao mérito da ciência e da linhagem, sem que um tal reconhecimento fáctico desvirtue a essencial fraternidade de todos os cristãos na fé e na comunhão eclesial.
É verdade que de nada serve o poder, a sabedoria humana, a influência terrena ou a origem ilustre, se estas realidades terrenas não forem vivificadas pela graça de Deus. Mas também é certo que aqueles que foram escolhidos por Deus para serem seus discípulos, não tiveram por isso que abandonar a sua identidade própria, mas integrá-la na realidade da sua condição cristã. Simão, que deixou este nome para se chamar Pedro, continuou no entanto a ser apelidado filho de João e, como tal, é geralmente referido, porque essa nota genealógica é parte da sua identidade; de modo semelhante, também os filhos de Zebedeu são com frequência nomeados em função dessa sua comum filiação, que é igualmente característica da sua personalidade.
Sobre este particular, como em todos os outros que respeitam à fé, não poderia ser mais expressivo o exemplo do nosso Mestre e Senhor. Se é verdade que, segundo São Mateus, se dá a Si mesmo como exemplo de modéstia, não o é menos que nunca nega a sua especial dignidade. De facto, afirma a sua mansidão e humildade de coração, que a todos propõe como condição necessária para a perfeição da caridade. Mais ainda, já na iminência da sua paixão e morte, lava os pés aos seus discípulos, incluídos também os do traidor. Mas, depois de retomadas as suas vestes, esclarece que aquele seu gesto de modo algum implica renúncia à sua dignidade ímpar, nem aos predicamentos sociais que, em consequência, Lhe eram e são devidos: «Chamais-me Mestre e Senhor, e dizeis bem porque o sou» (Jo 13, 13).
Mesmo diante do governador romano, Jesus de Nazaré não se inibe de afirmar a sua condição régia, apesar de saber que, como de facto aconteceu, a mesma poderia ser usada contra Ele naquele iníquo processo. Com efeito, Pôncio Pilatos, na sua qualidade de procurador do imperador romano, poderia entender que uma tal afirmação punha em causa o poder da potência ocupante e, assim sendo, mereceria exemplar punição. Por providente ironia do destino, até no alto da cruz constou, em várias línguas, o título real de Nosso Senhor, porque aí se escreveu: Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus.
4. A utopia igualitária e a hierarquia da Igreja e do Estado. Não há talvez utopia mais perigosa e injusta do que a de uma total e absoluta igualdade social. Foi em nome desse ideal que se firmaram as piores tiranias que, diga-se de passagem, nunca lograram esse irrealizável propósito e deram, até, lugar a realidades sociais profundamente injustas e desiguais. Como alguém disse, com fina e certeira ironia, nessas sociedades, pretensamente igualitárias, todos eram formalmente iguais, mas havia alguns cidadãos mais iguais do que os outros…
A Igreja é, por vontade expressa do seu divino Fundador, hierárquica, na igualdade em dignidade, mas não funcional, de todos os fiéis. A sociedade civil está também estratificada e, não obstante a igualdade dos cidadãos ante a lei, não pode ignorar, qualquer que seja o regime, a natural distinção entre os seus indivíduos.
O que distingue a monarquia humanista cristã não é tanto o seu carácter estamental, comum a qualquer estrutura societária, mas a sua razão de serviço, porque é uma estrutura social inspirada naquele que, sendo Senhor de Senhores e Rei de Reis, disse de Si mesmo que não tinha vindo a este mundo para ser servido, mas para servir e dar a sua vida pela salvação do mundo.
Esta razão de serviço preside a toda a existência dos monarcas, sobretudo se são cristãos, porque a magistratura que exercem se confunde com a sua própria vida. Pelo contrário, nos sistemas em que a prestação do chefe de Estado é ocasional e, portanto, cessa quando concluído o respectivo mandato, regressando então o respectivo titular à privacidade do cidadão comum. Os soberanos, pelo contrário, exercem um verdadeiro sacerdócio do serviço público, que lhes exige uma dedicação plena e exclusiva que, por vezes, acarreta, como no caso de El-Rei D. Carlos e do Príncipe Real, o sacrifício da própria vida.
5. O respeito pelos mais velhos e pelos doentes. Não é do âmbito desta reflexão aprofundar todos as virtualidades da instituição monárquica, mas talvez não seja descabido sublinhar, à imagem e semelhança das celebrações desta efeméride em anos anteriores, alguns aspectos mais marcantes do carácter humanista e cristão que é timbre da realeza portuguesa.
Em tempos em que a vida humana é tão desrespeitada, quer embrionária, ainda no ventre materno, quer também no ocaso da sua etapa terrena, vem a propósito recordar que a história da monarquia oferece alguns exemplos de grande respeito pela dignidade da existência humana.
Na sociedade pragmática e hedonista contemporânea, a vida humana é muitas vezes calibrada em função do prazer que proporciona, do bem-estar que consente, da saúde física ou psíquica de que se goza ou, até, da capacidade produtiva ou da rentabilidade económica do sujeito. Dir-se-ia que a vida humana não vale por si mesma, mas apenas enquanto proporciona uma existência agradável e útil, sendo portanto desprezível quando embrionária, deficitária no seu exercício ou ineficiente, nomeadamente por velhice, ou doença que turve o entendimento e debilite a vontade.
A história da monarquia portuguesa é gloriosa mas, por ser humana, conhece também ocasiões de alguma tensão. Não será de estranhar, portanto, que nos anais da Casa Real, aliás como na própria história bíblica, se assista por vezes a lutas fratricidas, mais por excepção do que por regra.
Foi numa situação desta natureza que El-Rei D. Afonso III destronou o seu irmão, D. Sancho II, como foi também numa circunstância análoga que, muito mais tarde, D. Pedro II interditou e prendeu seu irmão, D. Afonso VI, a quem veio a suceder no trono. Não interessa a esta reflexão o mérito ou demérito dessas deposições, no primeiro caso justificada por bula papal e, no segundo, confirmada em Cortes, mas sim assinalar que, em ambos os casos, os monarcas destronados não foram privados da sua dignidade real, que os que os venceram pela força só assumiram depois da sua morte. O respeito pelas augustas pessoas dos seus antecessores no trono permaneceu até à hora da morte destes, mesmo tendo-lhes sido previamente retirado todo o poder.
É também exemplar o caso da Rainha D. Maria I que, no final da sua vida, ficou incapaz de assegurar efectivamente a governação do reino unido de Portugal e Brasil, sem esquecer os restantes domínios ultramarinos da Coroa. Na comprovada impossibilidade de assegurar o exercício da realeza e dado o carácter incurável dessa penosa limitação, assumiu a regência do reino o seu filho varão primogénito, que viria a ser seu sucessor. No entanto, a sua augusta mãe, mesmo privada de todas as funções reais, manteve-se Rainha de Portugal até à sua morte, em 1816. Só por seu óbito o até então Príncipe Regente passou a ser El-Rei D. João VI, de quem é representante o actual Chefe da Casa Real portuguesa, que descende por via paterna e materna desse ilustre monarca.
Certamente, não é imperativo que quem é constituído na mais alta responsabilidade do Estado, ou da Igreja, permaneça em funções até ao seu último alento. Papas e Reis entenderam por vezes, muito legitimamente, a conveniência da sua renúncia ou abdicação, por razões de ordem pessoal que são compreensíveis numa lógica de disponibilidade e de serviço ao bem comum. Não só os que o fizeram de motu próprio conservaram, por regra, a correspondente dignidade, que lhes foi sempre reconhecida, mas tal também aconteceu com os que foram destituídos contra a sua vontade, mantendo contudo até à sua morte o tratamento régio a que tinham direito. Este respeito pela pessoa e pela sua dignidade, quaisquer que sejam as suas competências funcionais, é expressivo desse humanismo cristão que agora, mais do que nunca, importa exaltar.
6. Conclusão. Regressemos ao Sermão da Montanha, para de novo escutar o Mestre, que nos diz: «Bem-aventurados sereis quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa» (Mt 5, 12a)». Não será talvez descabido supor que o vate do império, que foi nosso e que se desfez, teve presente este ensinamento, quando assim escreveu na sua Mensagem: «Foi com desgraça e com vileza / que Deus ao Christo definiu: / Assim o oppoz à Natureza / E Filho o ungiu».
Sob o estandarte de São Nuno de Santa Maria, renovemos o propósito de servir a Pátria no fiel cumprimento das bem-aventuranças, verdadeiro código de honra dos cavaleiros e damas cristãos. Que o Santo Condestável, cujo sangue corre também nas veias do Chefe da nossa Casa Real, nos obtenha a graça de servir Portugal com o testemunho da nossa vida cristã, e nos confirme na opção evangélica pelos mais pobres e necessitados dos nossos irmãos. Que Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, nossa Rainha e Padroeira, proteja a Família Real, abençoe todas as famílias de Portugal e apresse a tão desejada hora do triunfo do seu Imaculado Coração!
P. Gonçalo Portocarrero de Almada
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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
1 DE FEVEREIRO - IN MEMORIAM
No próximo dia 1 de Fevereiro de 2014, pelas 19 horas, a Real Associação de Lisboa promove na Igreja de São Vicente de Fora a celebração de uma Missa de Sufrágio pelas almas de Sua Majestade El-Rei Dom Carlos I e de Sua Alteza Real O Príncipe Real Dom Luiz Filipe. Após a cerimónia, presidida pelo Reverendo Padre Gonçalo Portocarrero de Almada, terá lugar a habitual romagem ao Panteão Real, onde Suas Altezas Reais os Senhores Duques de Bragança depositarão uma coroa de flores junto aos túmulos de El-Rei Dom Carlos I e do Príncipe Real Dom Luiz Filipe.
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