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quarta-feira, 11 de junho de 2025

CERIMÓNIA DE HOMENAGEM NACIONAL AOS COMBATENTES do 10 DE JUNHO DE 2025 - Coronel CMD Pipa de Amorim

Transcrição integral do discurso proferido pelo nosso Comandante senhor Coronel CMD Pipa Amorim na CERIMÓNIA DE HOMENAGEM NACIONAL AOS COMBATENTES do 10 DE JUNHO DE 2025 

Exmo. Senhor Presidente da Comissão Executiva da Cerimónia de Homenagem Nacional aos Combatentes, Major General Avelar de Sousa, 

Meu General,  

Concedeu-me Vossa Excelência, a singular oportunidade e o raro privilégio de intervir nesta Cerimónia, do maior sentido e significado para todos os Combatentes. Sinto-me muito honrado e sensibilizado pela distinção que me confere de, em nome dos Portugueses, homenagear todos aqueles que deram e dão o melhor de si, até a própria vida, por esta Pátria que amamos.   

Permita que, na sua pessoa, enalteça o papel determinante e fundamental das Associações de Combatentes, as quais se têm constituído como permanentes e indefetíveis guardiãs da 
memória de todos os que combateram por Portugal, participando, uma vez mais, de forma massiva e empenhada, na concretização desta Cerimónia. 

Muito mais que o ponto de encontro e polo de união, dos que tiveram e têm a subida honra de envergar o uniforme das nossas Forças Armadas, transversais a todas as épocas e a todas as gerações, as Associações têm desempenhado um papel fundamental sempre, onde e como os Combatentes necessitam, constituindo-se, múltiplas vezes, perante a mudez institucional, como o único respaldo e a voz da consciência pública na defesa da própria Instituição Militar. 

Excelentíssimas Autoridades Civis, Militares e Religiosas,  
Militares das Forças Armadas e da Guarda Nacional Republicana, 
Elementos das Forças e Serviços de Segurança, 
Minhas Senhoras e Meus Senhores, 
Caros Combatentes, 

A Pátria Portuguesa é obra coletiva dos portugueses e de modo muito particular dos seus Soldados, tendo sido forjada na dureza das batalhas e na esgotante demanda das descobertas e conquistas, com a força do braço e a genialidade da mente.

Por entre perigos e esforços sobre humanos, em terra, no mar e no ar, milhares de heróis, muitos dos quais anónimos, passando por privações e provações, firmaram fronteiras, descobriram mundos, defenderam Impérios e aprenderam a lidar com o assombro e o  quebranto, a transfigurar o receio e o pavor, a sofrer com o insucesso e a sorrir com a vitória, fazendo do perigo o alimento do espírito.  

Moldaram, fizeram e refizeram a História de Portugal, mas não puderam erguê-la com facilitismos e comodidades, medo da morte e da vida, mas pelejando, rezando e sofrendo. 

Cada um deu, na humildade ou grandeza dos seus préstimos, tudo quanto sabia e podia, e por isso lhe somos devotadamente gratos. 

Assim, neste Dia de Portugal, em que no Território Nacional e nos quatro cantos do Mundo, milhões de portugueses se recolhem e comungam connosco os mesmos sentimentos de devoção e orgulho na nossa imortal Pátria, assim como de exaltação e de reconhecimento a todos os que, tal como vós, ao longo de quase 900 anos combateram pela sua liberdade e independência, começo por evocar e homenagear os melhores de todos nós, os que tombaram oferecendo generosamente o seu bem mais precioso, no estrito respeito pela grandeza dos valores, que presidem à doação integral do Combatente, ao cumprir o juramento com o sacrifício da própria vida. 

Caros Combatentes, 

A vossa presença e participação nesta Cerimónia, é a demonstração que ser Soldado de Portugal é para toda a vida e que os inquebrantáveis vínculos que vos unem, alicerçados na camaradagem e no espírito de corpo, tendo sido forjados nas condições extremas da vereda estreita e agreste, que tantas vezes vos separou de todos aqueles que, ombro a ombro, convosco combateram e morreram, não têm paralelo na nossa sociedade. 

Uma especial referência, a todos os que combateram na defesa do Território Nacional, dum Portugal pluricontinental, em que o Ultramar era parte integrante da Nação, encontrando-se hoje, como é vosso timbre, massivamente aqui presentes. 
Vós, sois dos últimos “Guerreiros do Império”, os representantes dos cerca de um milhão de bravos que, independentemente do processo político a que obedeceram, de forma estoica e abnegada, sem a espera da paga ou de recompensas de qualquer natureza, por Portugal combateram, defendendo estoicamente a Bandeira Nacional no Estado Português da Índia, vencendo militarmente uma guerra travada nas picadas mais perigosas e nos locais mais ínvios das matas de Moçambique, das florestas e “chanas” de Angola e das “bolanhas” e do “tarrafo” da Guiné e que, com feridas no corpo e na alma, após o regresso de uma guerra a que foram chamados, se viram estigmatizados e quase ostracizados pela sua condição de Combatentes.  

Mesmo neste Portugal esdrúxulo e envergonhado, que não segue o exemplo Universal do culto aos que combateram pelo seu Pais, não deixa de ser irónico que, perante as atitudes pífias e complacentes das mais altas figuras do Estado, aqueles que faltaram ao chamamento da Pátria tenham sido reabilitados, legitimados e até mesmo enaltecidos e condecorados pelas “boleias” e pelos “contorcionismos” dos ciclos políticos e os que, como vós, não traíram nem desertaram, tenham sido um anátema para sectores obscuros da nossa sociedade que, apostados em reescrever a História, múltiplas vezes os demonizaram e mimosearam com os mais soezes impropérios. 

Mas, por mais que essas almas menores, tentem denegrir o vosso carácter, a vossa resiliência, a vossa coragem e o vosso patriotismo, vós sois a grande inspiração e a referência das atuais gerações de Combatentes, que hoje também aqui homenageamos. Homens e mulheres que, no âmbito das Organizações Internacionais em que o País está inserido, ou em missões unilaterais do Estado Português, em terra, no mar ou no ar, tão longe de “casa” quanto os interesses nacionais o exigem, com ausências prolongadas, também acompanhadas de dor e luto, têm sido determinantes na continuidade do Esforço Militar Português, sempre pugnando pelo referencial comum a todos os que combateram por Portugal – o devotado amor à Pátria que um dia juraram defender e pela qual, durante a sua História, tantos verteram o seu generoso sangue, na defesa deste “chão sagrado” onde nasceram. 

Excelentíssimas Autoridades  
Minhas Senhoras e Meus Senhores, 
Caros Combatentes, 

Este é também um momento propício ao exercício da memória, pelo que, apesar de muitos deles estarem fisicamente longe de nós, não esquecemos, pelo muito que lhes devemos, os militares portugueses de ascendência africana que, de forma honrosa e valorosa, combateram e morreram por Portugal. 

E, quando falamos dos nossos “Irmãos de Armas” Africanos, raras vezes a memória não nos leva para os trágicos acontecimentos ocorridos, numa das páginas mais negras da nossa História Contemporânea. 

Em 1975, as novas e “progressistas” autoridades portuguesas, abordaram o problema ultramarino com um critério de grande e cristalina simplicidade, baseado na cor da pele: África era para os negros e Portugal para os brancos. Assim, por força do Decreto-Lei 308/75, todos os Portugueses residentes nas Províncias ltramarinas, que não eram de ascendência europeia, nomeadamente os combatentes de origem africana que, como cidadãos nacionais, tinham servido as Forças Armadas, perderam, automaticamente, a nacionalidade portuguesa, sem qualquer direito de opção. 

Traídos pela Pátria que defenderam, abandonados à sua sorte, inúmeros destes Combatentes acabaram fuzilados, muitas das vezes com as suas próprias famílias, pelas autoridades dos novos Países. E os que lograram sobreviver, depois de torturados e humilhados em “campos de reeducação”, foram obrigados a fugir e a procurar refúgio em contextos e em locais que tornaram os sonhos quase impossíveis. 

Durante décadas, os cúmplices morais desta barbárie, quais Pôncio Pilatos, lavaram as mãos, procurando cobrir esta vergonha com o silêncio e a omissão, bem como com as triviais narrativas, forjadas para tranquilizar a sua boa consciência. 

Passados cinquenta anos sobre estes ignóbeis acontecimentos, quando hoje assistimos a tantas facilidades e expedientes na obtenção da nacionalidade portuguesa, dada de “mão beijada” a quem vem de latitudes que nada têm a ver com a Lusofonia, a devolução da cidadania portuguesa aos militares africanos que juraram fidelidade à Pátria, combateram por Portugal e que querem ser Portugueses, é um imperativo ético e a única forma que nos faz estar bem com a nossa consciência, pela quebra do pacto sagrado da Nação com esses homens. 

Não se trata de confessar e pedir desculpas às vítimas, como hoje uma mentalidade woke, que se “metastizou” na nossa sociedade, tornou habitual exigir. 

Trata-se sim, de corrigir uma cabal injustiça, nos poucos casos em que, a “Lei da Vida”, ainda permite que tal seja possível e de, ao fazê-lo, nos reconciliarmos connosco mesmos e com o primado dos valores e dos preceitos que formam e enformam o Estado de Direito que nos orgulhamos de ser. 

Permitam-me, para finalizar, uma última reflexão, alusiva à nossa fatal idiossincrasia, de alheamento e permissividade, perante os ciclos da História, sendo particularmente dramático, quando áreas da soberania do Estado acumulam problemas que se arrastam, agravam e perpetuam no tempo. 

Nas últimas décadas, a Defesa Nacional foi passando para um plano meramente secundário que, é justo que se diga, apenas nos últimos tempos, tal como os Militares e os Combatentes, tem estado a ser tratada com alguma preocupação e dignidade. Só na última década, num verdadeiro ataque à condição militar, com as medidas completamente inócuas e avulsas para recrutar e reter recursos humanos, as Forças Armadas perderam mais de 30% dos seus efetivos e as verbas destinadas à Defesa, com as sucessivas reduções orçamentais, acrescidas de artifícios impeditivos da sua execução, encontraram outros e muito questionáveis destinos, deixando as nossas Forças Armadas, de forma displicente e 
irresponsável, à beira da rotura e da inoperacionalidade. 

Mas, infelizmente, se olharmos aos últimos conflitos em que Portugal esteve envolvido, constatamos que, face à inépcia das sucessivas tutelas políticas, este é, ciclicamente, o nosso “fado”. 

Assim, quando evocamos todos aqueles que combateram e morreram, enterrados na gélida lama das trincheiras da Flandres e no escaldante pó africano da Primeira Guerra Mundial, fica-nos o seu exemplo de estoicismo e abnegação, tão característicos dos Combatentes portugueses, mas também nos fica a dura lição da sua total impreparação para o conflito, com trágicas consequências e custos humanos elevados. 

Estes referenciais de imediatismo, de improvisação e de facilitismo, incompatíveis com os requisitos de aprontamento de forças militares, ficaram igualmente bem patentes no início do Conflito Ultramarino, em que muitos de vós estiveram envolvidos, na falta de efetivos, de meios e de experiência, com que as Forças Armadas foram lançadas naquele novo tipo de guerra e na maneira de a conduzir; assim, como no final do século passado, quando nos confrontámos com a necessidade de aprontar, projetar e manter as primeiras Forças Nacionais Destacadas, como elemento da ação externa do Estado, no cumprimento das nossas responsabilidades de segurança partilhada e cooperativa, em resposta aos riscos e 
ameaças induzidos pelas alterações no Sistema Político Internacional. 

Hoje, em determinados círculos políticos, apoiados por manobras de influenciadores, media e redes digitais, visando manipular e formatar as mentalidades dos cidadãos, ainda há quem continue a pensar, ou a dizer que pensa, que a conflitualidade se compadece com quimeras e amadorismos e não perceba que há décadas em que nada acontece e dias que valem por décadas, pelo que os aparelhos militares, de preparação complexa, rigorosa e demorada, requerem um permanente estado de prontidão, de atualização e de desenvolvimento. 

Assim, uma vez mais, “batemos no fundo”, coincidentemente, em tempos de grande incerteza geopolítica e perante uma conjuntura internacional, em que o Mundo em geral e a Europa em particular vivenciam tempos de insegurança e ameaça, sem paralelo desde os finais da Segunda Guerra Mundial, provando-se, uma vez mais, que “os países não têm inimigos perpétuos nem aliados eternos”. 

Em suma, como o tempo não perdoa a quem o perde e os ventos da História recomendam ações imediatas, a inexplicável situação de penúria a que chegaram as nossas Forças Armadas exige medidas de emergência, consubstanciadas em muita vontade e seriedade política, para que se evite o descalabro de novos “milagres de Tancos”, como sucedeu na nossa participação na Grande Guerra, em que os Combatentes a única coisa que realmente 
tinham era a sua heroica coragem. 

Caros Combatentes, 

Apesar de estarmos aqui a pisar as terras do mítico “Velho do Restelo”, símbolo dos pessimistas e temorosos de ontem e de hoje, os Combatentes sempre provaram que, independentemente das más lideranças que, infelizmente, pululam na nossa História, são daqueles que nunca recuam nem vacilam perante as tempestades que vierem e que escolhem sempre a esperança e não o medo. E, foi precisamente deste icónico local à beira Tejo que, ao longo dos séculos, partiram homens da vossa têmpera, aqueles que olhando o horizonte obscuro e desconhecido nada temeram, dando novos mundos ao Mundo, numa das maiores gestas da História da Humanidade, provando que ser parco em território, reduzido em população e escasso em recursos não limita a capacidade de um povo em inventar e construir o seu destino. 

Assim, imbuídas dessa vossa energia individual e coletiva, venerando a grandeza de todos aqueles que sofreram no corpo e na alma o preço do dever cumprido, estou certo que, olhar o futuro com a responsabilidade do excelso legado de que são portadoras, continuará a temperar as almas das futuras gerações de Combatentes, as quais continuarão a gritar bem alto o brado que nos une, que nos galvaniza e nos levará sempre à vitória: Viva Portugal. 

Belém, 10 de Junho de 2025 
Paulo Júlio Lopes Pipa de Amorim 
Coronel

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Uma questão de orgulho?

Com a devida vénia, publicamos uma opinião com a qual nos identificamos inteiramente, da autoria de WHISTLEBLOWER.Pt, a propósito das manifestações LGBTEtc..

"A Marcha do Orgulho: Liberdade ou Espetáculo de Promiscuidade?

A cada ano, assistimos às chamadas Marchas do Orgulho, que se dizem defensoras dos direitos e da igualdade, mas que, cada vez mais, têm sido palco de comportamentos grotescos, bizarros e profundamente desrespeitosos para com o espaço público — e, pior ainda, para com as crianças que ali circulam.

O que deveria ser uma manifestação legítima por dignidade transformou-se, em muitos casos, num desfile de exibicionismos, fantasias fetichistas, linguagem obscena e uma promoção descarada da volúpia. Não se trata de liberdade de expressão — trata-se da normalização da vulgaridade. Adultos sem qualquer pudor, seminu(a)s, simulando atos sexuais em plena via pública, diante de famílias, de menores, de uma sociedade que ainda tenta preservar algum senso de moral.

É inaceitável que, sob o pretexto de “orgulho”, se desrespeite o direito dos outros ao decoro e à tranquilidade num espaço comum. A sexualização precoce das crianças está aí, disfarçada de inclusão, quando na verdade se trata de uma imposição ideológica que quer dessensibilizar as novas gerações perante o que antes era — com razão — visto como indecoroso.

A defesa de direitos não exige espalhafato nem afronta ao bom senso. O respeito não pode ser exigido enquanto se desrespeita abertamente os valores da maioria e se desprezam os limites que deveriam existir entre o privado e o público. A sociedade precisa urgentemente de refletir: estamos a caminhar para a liberdade ou para o desregramento total?

Marchas que promovem a dignidade e o respeito mútuo são bem-vindas. Mas aquilo que vemos, com frequência, não é luta por direitos — é promoção do exibicionismo, do hedonismo desenfreado e da promiscuidade como forma de vida. E isso não é liberdade. É decadência.

Subsídios Ideológicos: A Vergonha Nacional Paga com o Nosso Bolso

Portugal está do avesso. Enquanto milhares de portugueses vivem à rasca, com pensões de miséria, listas de espera intermináveis no SNS, professores em falta e jovens sem qualquer perspetiva de futuro, o Estado continua a despejar milhões de euros em associações privadas, “colectivos” ideológicos e eventos que servem mais para agradar a clientelas partidárias do que para resolver problemas reais.

É escandaloso ver dinheiro público — o nosso dinheiro, pago com o suor de quem trabalha — ser atribuído a causas fúteis, festivais ideológicos, "projectos culturais" de utilidade duvidosa e campanhas de lavagem cerebral social. Tudo embrulhado num discurso bonito de inclusão, sustentabilidade ou diversidade — chavões que já não enganam ninguém.

A realidade é crua: em vez de investir na Saúde, na Educação, na Segurança, no apoio a quem realmente precisa, os governos andam a subsidiar agendas políticas travestidas de iniciativas cívicas. É a promiscuidade entre o Estado e os interesses de grupos organizados, muitos deles sem escrutínio, sem resultados e, pior, sem utilidade pública.

Quantos milhões foram canalizados nos últimos anos para fundações, ONGs e associações cuja principal função é alinhar-se com a narrativa dominante e garantir palmadinhas nas costas? E ao mesmo tempo, os centros de saúde fecham mais cedo por falta de médicos, as escolas caem aos bocados e os bombeiros voluntários pedem esmola para o gasóleo das ambulâncias.

O cidadão comum já não aguenta mais. Paga impostos obscenos, recebe serviços medíocres, e vê uma elite burocrática, bem instalada, distribuir os recursos do Estado como se fossem troféus partidários. Isto não é solidariedade. Isto é roubo legalizado.

Se queremos um país decente, é urgente cortar o cordão umbilical entre o Estado e os grupinhos que vivem encostados ao orçamento. Dinheiro público deve servir o bem comum, não os caprichos de minorias barulhentas ou interesses ideológicos de ocasião.

Portugal merece mais — e, acima de tudo, merece respeito !!!"
      Foto:    
      António Cotrim/Lusa

Camões 500


Face à escandalosa indiferença geral de quem tem responsabilidades nesta república das bananas, não quero deixar de assinalar esta efeméride que deveria ser uma celebração digna e multicomunitária pelo facto da nossa identidade cultural e linguística estar espalhada pelos quatro cantos do mundo, tendo como ícone máximo o grande Luís Vaz de Camões. Os 500 anos do seu nascimento deviam ser motivo para iniciativas em todos sectores da sociedade, passando especialmente pelas escolas e universidades, onde pelos vistos aberrações antropológicas como o "ensino" da ideologia de género têm prioridade na agenda dos nossos governantes proto-marxistas.

Camões 500

Nos versos que ecoam pelos séculos,
Camões, teu nome em luz resplandece,
Quinhentos anos, oh mestre, e permanece
Teu legado em corações
singelos.

Cantaste amores, batalhas, destinos,
Nas estrofes que o tempo não desfaz,
Poeta das palavras que satisfaz,
Em cada verso, mil encantos finos.

Oh Lusitano, teu génio imortal,
Nas rimas, a epopeia se constrói,
Com ardor, com paixão, com tal primor.

Em cada estrofe, o mar universal,
Navegando em teus versos, eu vou,
Saudando Camões, eterno trovador.

Que este humilde soneto seja uma pequena homenagem aos 500 anos de Luís de Camões, celebrando o seu contributo inestimável para a literatura e a cultura portuguesas.

Artur Correia 2024
(Direitos reservados)


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

1º de Dezembro 2015



Mensagem 1º Dezembro 2015

S.A.R. o Senhor D. Duarte, Duque de Bragança

Portugueses, 

Este 1 de Dezembro de 2015 é especialmente importante para Portugal. Abolido comoferiado, ele renasceu com ainda maior força na consciência dos portugueses, faço votos para que em breve seja restabelecido como dia de festa, como nos foi prometido...

Os feriados nacionais são o pulmão das nações que respiram ao ritmo desses grandes eventos anuais que nos fazem pensar em tudo o que nós, Portugueses, construímos em comum.

Neste momento de crise europeia e mundial, neste momento de rasgar de novos rumos políticos no nosso país, venho apelar para afastarmos tudo o que nos separa e nos enfraquece.

Neste momento muito importante da nossa História, apelo a que evitemos as fracturas sociais que possam existir.

Estamos numa Europa que continua a sentir os efeitos da grande recessão económica e contínua a braços com problemas sociais. Portugal enfrenta desafios que nos devem mobilizar a todos. O desafio da retoma económica, que permita combater o endividamento do Estado, das famílias e das empresas, bem como o desemprego e a pobreza, é um dos mais importantes.

É um tempo de união em que há que potenciar o que nos une e saber superar o que nos separa.

É um tempo em que todos os Portugueses têm de pôr acima das circunstâncias do presente os superiores interesses da Pátria.

Nesse sentido, faço votos de que o novo Governo desempenhe com sucesso a missão a que se propôs.

Disse recentemente que seria positivo para a Democracia Portuguesa que partidos que estiveram quase sempre na oposição se sintam responsabilizados a encarar os problemas políticos e sociais com realismo, mas sem utopias e sem renunciar aos seus ideiais.

Num mundo global em que as comunicações não têm fronteiras, os valores da estabilidade e da competitividade assumem uma importância fundamental no reforço das condições para que Portugal se afirme como uma Nação aberta ao progresso e ao desenvolvimento. É também neste quadro que a Educação e a Cultura desempenham um papel agregador que nos deve envolver a todos. Fernando Pessoa imortalizou a frase “a língua portuguesa é a minha pátria” e Virgílio Ferreira disse um dia “da minha língua vê-se o mar”. A língua portuguesa deverá continuar a ser um factor de união dos Países Lusófonos. Por isso quero sugerir duas iniciativas que nos possam aproximar, fortalecendo essa relação de povos irmãos que querem enfrentar juntos os desafios do futuro.

Tendo em conta que as novas gerações lusófonas já não têm a ligação que existia notempo dos seus pais e avós, promovidas por uma vivência comum sob a mesmaadministração e tendo presente que os jovens dos Países da CPLP anseiam e lutampara se prepararem para um futuro melhor, que nem sempre é claro e previsível,sugiro a criação de um programa semelhante ao "Erasmus” europeu. Estou certo que um programa António Vieira para aproximar os jovens oriundos dos Países da CPLP encontrará acolhimento junto das respectivas entidades responsáveis.

Em segundo lugar, tendo presente os Portugueses espalhados pelo Mundo, que cultivam um amor exemplar à Pátria, sugiro a introdução do voto eletrónico e do voto eletrónico presencial, nomeadamente para os eleitores recenseados no estrangeiro. Essa iniciativa promoveria a participação ativa dos cidadãos na vida política e iria diminuir a alta percentagem de pessoas às quais não são proporcionadas condições de voto.

Encontro-me neste momento em Díli a convite do Estado timorense para participar nas comemorações dos 500 anos do começo da convivência entre timorenses e portugueses. Como representante dos Reis de Portugal, que mais tarde estabeleceram acordos de união política com os Reis timorenses, não poderia faltara um acontecimento de tão grande significado. A minha ligação a Timor começou há muitos anos, mas após a honrosa decisão do Parlamento timorense, que decidiu por unanimidade conceder-me a sua nacionalidade, reforcei a obrigação de dar o meu apoio a esta Nação.

Nesta viagem ao Oriente, convivi também com os habitantes da aldeia portuguesa de Malaca e aos quais a Fundação Dom Manuel II ofereceu um belo sino. Eles mantêmviva a sua fé e cultura e espero que com a ajuda de Portugal consigam ultrapassar as ameaças de deslocalização...

Visitei ainda Pequim e Xangai a convite de instituições chinesas com o objectivo de estudar novas formas de cooperação entre ambas as nações, com pacíficas e proveitosas relações desde há 500 anos. É um caso único na história daquele país.

A Europa vive hoje graves problemas sociais, entre os quais o gravíssimo dramados refugiados da guerra na Síria e Iraque e a vaga de milhões de pessoas,asiáticos e africanos, que acorrem à Europa para tentar escapar à insegurança eà pobreza, frequentemente correndo graves riscos.

Apelo à União Europeia, às Nações Unidas e às Igrejas que não se poupem a esforços noaprofundamento de soluções para a crise dos refugiados. Mas apelo também a queajudem as pessoas e comunidades que ficaram a defender as terras onde vivem.

Países de acolhimento como o Líbano, Turquia e Jordânia receberam mais de quatro milhões de sírios com admirável generosidade. O Ocidente tem aqui uma ajuda aprestar, apoiando a criação de actividades produtivas que possam sustentar osrefugiados.

Nestes momentos difíceis, Portugal e os portugueses têm dado magníficos exemplos deresponsabilidade e de solidariedade social. Voluntários, pessoas anónimas,famílias, instituições, organizações e empresas, têm sido de exemplar generosidade e dedicação aos mais pobres e àqueles que enfrentam o drama dodesemprego. São os verdadeiros heróis dos nossos tempos que merecem todo onosso apoio e carinho.

A um ano e meio do centenário das aparições de Santa Maria, Rainha de Portugal,quero lembrar que Fátima representa também os valores da solidariedade que nosdevem unir a todos nesta nossa Nação que é também Dela.

Num momento de fortes mudanças e incertezas, sigo convicto que a Instituição Real será o melhor baluarte de defesa da unidade do povo português. Minha mulher Isabel e eu estamos certos de que os nossos filhos Afonso, Francisca e Dinis saberão estar sempre prontos para servir a nossa Pátria, seja quais forem os cargos que venham a desempenhar. Assim Deus os ajude!



Díli,1 de Dezembro de 2015