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quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Camões 500


Face à escandalosa indiferença geral de quem tem responsabilidades nesta república das bananas, não quero deixar de assinalar esta efeméride que deveria ser uma celebração digna e multicomunitária pelo facto da nossa identidade cultural e linguística estar espalhada pelos quatro cantos do mundo, tendo como ícone máximo o grande Luís Vaz de Camões. Os 500 anos do seu nascimento deviam ser motivo para iniciativas em todos sectores da sociedade, passando especialmente pelas escolas e universidades, onde pelos vistos aberrações antropológicas como o "ensino" da ideologia de género têm prioridade na agenda dos nossos governantes proto-marxistas.

Camões 500

Nos versos que ecoam pelos séculos,
Camões, teu nome em luz resplandece,
Quinhentos anos, oh mestre, e permanece
Teu legado em corações
singelos.

Cantaste amores, batalhas, destinos,
Nas estrofes que o tempo não desfaz,
Poeta das palavras que satisfaz,
Em cada verso, mil encantos finos.

Oh Lusitano, teu génio imortal,
Nas rimas, a epopeia se constrói,
Com ardor, com paixão, com tal primor.

Em cada estrofe, o mar universal,
Navegando em teus versos, eu vou,
Saudando Camões, eterno trovador.

Que este humilde soneto seja uma pequena homenagem aos 500 anos de Luís de Camões, celebrando o seu contributo inestimável para a literatura e a cultura portuguesas.

Artur Correia 2024
(Direitos reservados)


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

1º de Dezembro 2015



Mensagem 1º Dezembro 2015

S.A.R. o Senhor D. Duarte, Duque de Bragança

Portugueses, 

Este 1 de Dezembro de 2015 é especialmente importante para Portugal. Abolido comoferiado, ele renasceu com ainda maior força na consciência dos portugueses, faço votos para que em breve seja restabelecido como dia de festa, como nos foi prometido...

Os feriados nacionais são o pulmão das nações que respiram ao ritmo desses grandes eventos anuais que nos fazem pensar em tudo o que nós, Portugueses, construímos em comum.

Neste momento de crise europeia e mundial, neste momento de rasgar de novos rumos políticos no nosso país, venho apelar para afastarmos tudo o que nos separa e nos enfraquece.

Neste momento muito importante da nossa História, apelo a que evitemos as fracturas sociais que possam existir.

Estamos numa Europa que continua a sentir os efeitos da grande recessão económica e contínua a braços com problemas sociais. Portugal enfrenta desafios que nos devem mobilizar a todos. O desafio da retoma económica, que permita combater o endividamento do Estado, das famílias e das empresas, bem como o desemprego e a pobreza, é um dos mais importantes.

É um tempo de união em que há que potenciar o que nos une e saber superar o que nos separa.

É um tempo em que todos os Portugueses têm de pôr acima das circunstâncias do presente os superiores interesses da Pátria.

Nesse sentido, faço votos de que o novo Governo desempenhe com sucesso a missão a que se propôs.

Disse recentemente que seria positivo para a Democracia Portuguesa que partidos que estiveram quase sempre na oposição se sintam responsabilizados a encarar os problemas políticos e sociais com realismo, mas sem utopias e sem renunciar aos seus ideiais.

Num mundo global em que as comunicações não têm fronteiras, os valores da estabilidade e da competitividade assumem uma importância fundamental no reforço das condições para que Portugal se afirme como uma Nação aberta ao progresso e ao desenvolvimento. É também neste quadro que a Educação e a Cultura desempenham um papel agregador que nos deve envolver a todos. Fernando Pessoa imortalizou a frase “a língua portuguesa é a minha pátria” e Virgílio Ferreira disse um dia “da minha língua vê-se o mar”. A língua portuguesa deverá continuar a ser um factor de união dos Países Lusófonos. Por isso quero sugerir duas iniciativas que nos possam aproximar, fortalecendo essa relação de povos irmãos que querem enfrentar juntos os desafios do futuro.

Tendo em conta que as novas gerações lusófonas já não têm a ligação que existia notempo dos seus pais e avós, promovidas por uma vivência comum sob a mesmaadministração e tendo presente que os jovens dos Países da CPLP anseiam e lutampara se prepararem para um futuro melhor, que nem sempre é claro e previsível,sugiro a criação de um programa semelhante ao "Erasmus” europeu. Estou certo que um programa António Vieira para aproximar os jovens oriundos dos Países da CPLP encontrará acolhimento junto das respectivas entidades responsáveis.

Em segundo lugar, tendo presente os Portugueses espalhados pelo Mundo, que cultivam um amor exemplar à Pátria, sugiro a introdução do voto eletrónico e do voto eletrónico presencial, nomeadamente para os eleitores recenseados no estrangeiro. Essa iniciativa promoveria a participação ativa dos cidadãos na vida política e iria diminuir a alta percentagem de pessoas às quais não são proporcionadas condições de voto.

Encontro-me neste momento em Díli a convite do Estado timorense para participar nas comemorações dos 500 anos do começo da convivência entre timorenses e portugueses. Como representante dos Reis de Portugal, que mais tarde estabeleceram acordos de união política com os Reis timorenses, não poderia faltara um acontecimento de tão grande significado. A minha ligação a Timor começou há muitos anos, mas após a honrosa decisão do Parlamento timorense, que decidiu por unanimidade conceder-me a sua nacionalidade, reforcei a obrigação de dar o meu apoio a esta Nação.

Nesta viagem ao Oriente, convivi também com os habitantes da aldeia portuguesa de Malaca e aos quais a Fundação Dom Manuel II ofereceu um belo sino. Eles mantêmviva a sua fé e cultura e espero que com a ajuda de Portugal consigam ultrapassar as ameaças de deslocalização...

Visitei ainda Pequim e Xangai a convite de instituições chinesas com o objectivo de estudar novas formas de cooperação entre ambas as nações, com pacíficas e proveitosas relações desde há 500 anos. É um caso único na história daquele país.

A Europa vive hoje graves problemas sociais, entre os quais o gravíssimo dramados refugiados da guerra na Síria e Iraque e a vaga de milhões de pessoas,asiáticos e africanos, que acorrem à Europa para tentar escapar à insegurança eà pobreza, frequentemente correndo graves riscos.

Apelo à União Europeia, às Nações Unidas e às Igrejas que não se poupem a esforços noaprofundamento de soluções para a crise dos refugiados. Mas apelo também a queajudem as pessoas e comunidades que ficaram a defender as terras onde vivem.

Países de acolhimento como o Líbano, Turquia e Jordânia receberam mais de quatro milhões de sírios com admirável generosidade. O Ocidente tem aqui uma ajuda aprestar, apoiando a criação de actividades produtivas que possam sustentar osrefugiados.

Nestes momentos difíceis, Portugal e os portugueses têm dado magníficos exemplos deresponsabilidade e de solidariedade social. Voluntários, pessoas anónimas,famílias, instituições, organizações e empresas, têm sido de exemplar generosidade e dedicação aos mais pobres e àqueles que enfrentam o drama dodesemprego. São os verdadeiros heróis dos nossos tempos que merecem todo onosso apoio e carinho.

A um ano e meio do centenário das aparições de Santa Maria, Rainha de Portugal,quero lembrar que Fátima representa também os valores da solidariedade que nosdevem unir a todos nesta nossa Nação que é também Dela.

Num momento de fortes mudanças e incertezas, sigo convicto que a Instituição Real será o melhor baluarte de defesa da unidade do povo português. Minha mulher Isabel e eu estamos certos de que os nossos filhos Afonso, Francisca e Dinis saberão estar sempre prontos para servir a nossa Pátria, seja quais forem os cargos que venham a desempenhar. Assim Deus os ajude!



Díli,1 de Dezembro de 2015

segunda-feira, 5 de outubro de 2015